quinta-feira, 23 de julho de 2009

Desconexões

Incoerências, odeio! Incongruências despropositadas, absurdas lógicas, é para rir!
Hoje podia dormir até mais tarde, tenho estado de férias mas há sempre algo que me trás à necessidade de levantar do ninho bem cedo. Ontem fui ver os monólogos da vagina, adorei a garra daquelas três mulheres, todas diferentes no estilo mas tão belas no estar, representam que arrepia. Ontem já sabia que hoje poderia dormir até mais tarde e que nada, nem ninguém desassossegaria o meu sono matinal.
Acordei eu, num pensamento que ainda agora me assombra. Então, mas que tem a vagina a ver com isto? Quase nada! Tem sim a ver a energia daquelas três actrizes enquanto criam aquilo que amam fazer, representar, personificar exprimindo padrões de pessoas, sim pessoas. E a pessoa em questão que me acordou do sono matutino em modelo de pesadelo, foi a de costume, aquela que gosta de perceber tudo e falar de tudo para não viver na sua imaginada angustia de dúvidas, aquela que egoistamente tem medo de perder, medo de ficar sozinha, abandonada, descuidada, sim isso, distanciada na ausência de cuidados personificados, medo de perder alguém que seja atento(a) a ela, que tome conta dela, aquela que quer isso tudo só para si, vivendo na arrogância do venha a mim que sou eu a pessoa, aquela que o egocentrismo é de tal forma monstro que em consciência afirma, “pois é verdade, ando assim que queres!”, anda assim, o que quero? Anda assim, ou foi sempre assim? Aquela que não deixa ficar nem um fio de cabelo em casa de ninguém, quanto mais um cartão multibanco nas mãos de uma alguém! Sim, uma alguém é o que me sinto. Agora nem o cartão dos dinheiros tem valor, e pode ficar para aí, que provavelmente nem precisa dele, há quem gaste com ela… ou… ah já sei! Desconectou! Não, também não é isso, o egoísmo deixa-a sempre com pendentes para eventuais amparos numa qualquer falha de conexão. Para quando alguém falhar nalguma atenção para com ela, quando faltar um pequeno carinho, uma demonstração de lealdade, de afecto, basicamente quando alguém se descuidar por um segundo da figura que é ela!
E assim se vai alimentando a migalhas os pombos, esses ratos com asas, por isso um monólogo tem tudo a ver, porque não sou pomba da paz nem rata de cama e estou farta de me preocupar com quem é ditador dos sentidos, com quem dita a seu belo prazer as suas imediatas necessidades. Quanto a mim, aprendo, faço este pequeno exercício de desmembração para dominar o meu dormir numa manhã qualquer, até à hora que o meu ânimo deixar.

4 comentários:

fRita disse...

"Palavra do Senhor: GRAÇAS A DEUS!" ADOREI.

"Picos" disse...

E quem diz a verdade não merece castigo;
“Palavra do senhor: Ámen!”

RUI FERNANDES disse...

Eheheheh...O comentário da Rita muito acertado! Piquinhos, estavas especialmente inspirada, coisa do divino.

"Picos" disse...

do além...Ámen! LOL
Beijo