segunda-feira, 19 de setembro de 2011

GALOPE

Cavalos a galope levaram-te daqui, cavalos carregados de mim, correndo soltos arreando adornos enfeitiçados. Teu delírio desejo de alcançares o longe e o seguro, porém ias morno de mim. Enlaçavas-me como a um cavalo selvagem, tão perto de ti.
Cavalos galopando te levaram, sacudindo o pó a terra, arrastando o teu corpo, esbarrado por pensamentos de dúvida entre desejo ou comando. E eu, sonho que te vejo, e tu és apenas um homem numa rua sem fim, tu sabes quem eu sou, nós sabemos. Vivemos o dilema de escolher se por um anseio ou um comando.
E na virada da maré, é assolador, perceber que o sonho que tu e eu podemos ter agitaria toda a terra.

sábado, 17 de setembro de 2011

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

desnudada sombra

A sombra não esconde, reflecte a doce harmonia num espelho esclarecido, límpido da crueldade humana, reflecte o simples, reflecte o sonho, o ideal puro e mágico das coisas serenas do imaginário. E assim vamos dançar, emaranhar as sombras desnudas dos nossos corpos teimosos e chatos. A sombra é que vale, vamos nus brincar, vamos nus voar pelas fachadas dos prédios e subir, subir, desenhar sombra nas nuvens brancas lá do alto, e nas cinzentas atiremos baldes de tinta branca, esboçaremos o desenho de tão nossas sombras esfaimadas de querer.

...passa o tempo, passa, passa e passa o tempo.

sábado, 11 de junho de 2011

Sentimento Dantesco


Sentada a meu lado, uma aluna, enquanto os seus colegas acabavam os trabalhos pintando-os a lápis de cor, ali confessava as banalidades da vida.
- Stôra, já não vou mais à consulta de psicologia!
- Mas andavas em consultas de psicologia?
- Sim, stôra.
- ...
- Sabe stôra, sofri bulling durante quatro anos. Desde o terceiro ano da primária, até ao ano passado, quando finalmente a minha mãe mudou-me para aqui!
- Tu? Mas porquê?
- Porque era boa aluna stôra, a melhor aluna da turma, da escola... E então batiam-me por ser certinha..., queriam que fosse como eles.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Emperra

Seria bonito “impera”, mas não, não será esse o titulo, é emperra! ...não impera a destreza na escrita, as ideias sim, essas não tropeçam, fervilham fatalmente quando não as posso registar... Acontecem à velocidade do transporte de carro, nas caminhada dos dias solarengos, nas visitas a casa de outros, nas conversas chatas de alguns, nos segundos de fio de urina, nas paragens de peões, na passadeira do ginásio, nas compras no mercado, nos cheiros do trabalho, nos afazeres caseiros e nos apertos de coração!

Aqui estou, agora danada. Acusei sacrifícios de quem sobe tamancos tornando-se maior mas as ideias, essas altivas, aquando posso apresentar, registar velozmente, colar, suportar... lamentarei. Lamento, não sei que vos contar.

domingo, 17 de abril de 2011


Dói-me os pés,

porque insisto em galgar saltos altos?