“A realidade (que nem sempre é REAL a nosso gosto) não se procura. Encontra-se. Ou não! No entanto, a coisa compõe-se se tiveres presente que na vida, «um dia é da caça, outro é do caçador». Posto isto, senta-te! Espera! Não. Enganei-me.
Senta-te e põe um ar de falsidade boa.”
Senta-te e põe um ar de falsidade boa.”
Rui Moutinho
à minha frente, mais uma “hora Coca-Cola”, só para mim! (bem, não só para mim…)
E foi assim…
E foi assim…
preservando a mesma temática, carro/avarias/oficina/mecânicos e reboques. (nada de vómitos por favor, desta vez a história é bem mais interessante.)
Este ano já conto com três assistências em viagem, portanto três “rebocadelas”, fantástico! O primeiro reboque veio porque o raio da chave não entrava na ignição, outrora sucedera o mesmo mas por sorte estava perto de uma oficina e um simples spray resolvera o problema, mas da segunda vez nem um spray emprestado por uma senhora que estava à janela me safou. E lá veio o senhor do reboque com ar patenteado, na pergunta de sempre “O que se passa?”, passa-se que a chave não entra! “Vamos ver isso, dê cá a chave! E voilá, já está, é só um pequeno jeito, ligeira pressão e rodar bem a chave!”, ah tá bem… Ainda lançou mais umas postas de pescada dizendo que é normal acontecer estas coisas, mas que eu deveria pensar numa troca de ignição.
E lá veio o segundo reboque “ O que se passa?”, passa-se que o motor faz barulho de tractor! “Vamos ver isso, dê à chave! Uhmmmm pare já vi que é grave!” ah tá bem… Lá opinou de como era chato acontecer estas coisas, um verdadeiro transtorno e tal e que ele que percebia alguma coisinha de mecânica via que a coisa era feia…
Eis que vem o terceiro rebocador…
A minha cara e a do meu amigo, era de perfeito desconsolo, encostados a um muro onde existia a única sombra do meio-dia, um calor abafador, ambos lixados porque perdíamos uma ida espectacular à praia, um dia de lazer perdido! Enquanto esperávamos pelo reboque, engolíamos com desanimo o manjar trazido para o repasto à beira-mar.
- Fogo, o teu carro só nos lixa! (amigo)
- Pois, que queres que faça, eu já estou habituada e já te disse que alguém me lançou um mau-olhado, a mim ou ao carro. Sei que me posso enfiar numa banheira morna com um punhado de sal, mas não posso fazer o mesmo ao carro! (eu)
Chega o terceiro rebocador… céus, que reboque mais arcaico, parecia saído de um ferro velho, fazia barulho por todos os lados, vertia água ou óleo por todas as fissuras. Encostados estávamos, encostados ficámos, mas ao ver sair do reboque o Divo dos Reboques estarrecemos, o homem era fenomenal, um vero Deus Grego… “O que se passa?”, bem, para ti nem há resposta, passa-se o que tu quiseres e o que achares melhor que se passe! Ambos acostados ao muro sem palavras nem reacção, envolvidos nos mesmos pensamentos tórridos, trocamos um olhar cúmplice, perplexos com tamanha beleza avançamos ao mesmo tempo em justificações de prováveis problemas mecânicos…
Cara de miúdo, olhos azulados e bem expressivos, sorriso luminosamente inocente e sincero, cabelos negros e rebeldes, corpo de Golias e pele bastante morena. Ai as hormonas chamaram por mim e chamaram pelo meu amigo que estava já desconcentrado da realidade;
- Ele tem o pé pequeno! (amigo)
- Olha, e eu digo-te que tem uma neblina na tola! (eu)
Esse homem que vos falo, após elevar o meu carro e a nossa mural, numa voz de gaiato de rua, arrastava no discurso um problema de dicção nos “rs”, em menos de meia hora contou a vidinha toda, ria tolamente e em jeito de tique afastava o boné de pála virada, para coçar constantemente a cabeça… e assim se perde um homem bonito, é certo que é genuíno, foi a nossa hora Coca-Cola vestida a rigor, num macacão cagado de rebocador, ficava-lhe bem as alças sobre os ombros musculados, e a t´shirt de dentro que fora rasgada em jeito de cavas, aprendera a curta-las assim, quem sabe na Bósnia, onde tivera, após seis anos de serviço militar. Queria ingressar na PSP ou GNR mas não conseguiu, segundo ele porque naquele ano abriram as portas aos civis e entraram muitos e o pessoal da “guerra” ficara para trás, não por falta de estudos porque apesar de ter o 6º ano mal terminado, só acabou o 2ºciclo porque “disse às prof´s que não ia estudar mais!” , ia agora fazer um curso aproveitando as novas oportunidades. Mas gostava do trabalho de rebocador, em tempos tinha sido segurança numa discoteca da noite, mas para quem tem namorada não era uma boa profissão e “uma pessoa tem de trabalhar para casar e ter uma casinha, não é?” ...lá parámos na oficina. Por vezes dou-me a pensar como gostava de ter bichanado, assim baixinho ao ouvido - deixe o reboque para um outro dia, tantas coisas por elevar, depois de aprender a usar.
Este ano já conto com três assistências em viagem, portanto três “rebocadelas”, fantástico! O primeiro reboque veio porque o raio da chave não entrava na ignição, outrora sucedera o mesmo mas por sorte estava perto de uma oficina e um simples spray resolvera o problema, mas da segunda vez nem um spray emprestado por uma senhora que estava à janela me safou. E lá veio o senhor do reboque com ar patenteado, na pergunta de sempre “O que se passa?”, passa-se que a chave não entra! “Vamos ver isso, dê cá a chave! E voilá, já está, é só um pequeno jeito, ligeira pressão e rodar bem a chave!”, ah tá bem… Ainda lançou mais umas postas de pescada dizendo que é normal acontecer estas coisas, mas que eu deveria pensar numa troca de ignição.
E lá veio o segundo reboque “ O que se passa?”, passa-se que o motor faz barulho de tractor! “Vamos ver isso, dê à chave! Uhmmmm pare já vi que é grave!” ah tá bem… Lá opinou de como era chato acontecer estas coisas, um verdadeiro transtorno e tal e que ele que percebia alguma coisinha de mecânica via que a coisa era feia…
Eis que vem o terceiro rebocador…
A minha cara e a do meu amigo, era de perfeito desconsolo, encostados a um muro onde existia a única sombra do meio-dia, um calor abafador, ambos lixados porque perdíamos uma ida espectacular à praia, um dia de lazer perdido! Enquanto esperávamos pelo reboque, engolíamos com desanimo o manjar trazido para o repasto à beira-mar.
- Fogo, o teu carro só nos lixa! (amigo)
- Pois, que queres que faça, eu já estou habituada e já te disse que alguém me lançou um mau-olhado, a mim ou ao carro. Sei que me posso enfiar numa banheira morna com um punhado de sal, mas não posso fazer o mesmo ao carro! (eu)
Chega o terceiro rebocador… céus, que reboque mais arcaico, parecia saído de um ferro velho, fazia barulho por todos os lados, vertia água ou óleo por todas as fissuras. Encostados estávamos, encostados ficámos, mas ao ver sair do reboque o Divo dos Reboques estarrecemos, o homem era fenomenal, um vero Deus Grego… “O que se passa?”, bem, para ti nem há resposta, passa-se o que tu quiseres e o que achares melhor que se passe! Ambos acostados ao muro sem palavras nem reacção, envolvidos nos mesmos pensamentos tórridos, trocamos um olhar cúmplice, perplexos com tamanha beleza avançamos ao mesmo tempo em justificações de prováveis problemas mecânicos…
Cara de miúdo, olhos azulados e bem expressivos, sorriso luminosamente inocente e sincero, cabelos negros e rebeldes, corpo de Golias e pele bastante morena. Ai as hormonas chamaram por mim e chamaram pelo meu amigo que estava já desconcentrado da realidade;
- Ele tem o pé pequeno! (amigo)
- Olha, e eu digo-te que tem uma neblina na tola! (eu)
Esse homem que vos falo, após elevar o meu carro e a nossa mural, numa voz de gaiato de rua, arrastava no discurso um problema de dicção nos “rs”, em menos de meia hora contou a vidinha toda, ria tolamente e em jeito de tique afastava o boné de pála virada, para coçar constantemente a cabeça… e assim se perde um homem bonito, é certo que é genuíno, foi a nossa hora Coca-Cola vestida a rigor, num macacão cagado de rebocador, ficava-lhe bem as alças sobre os ombros musculados, e a t´shirt de dentro que fora rasgada em jeito de cavas, aprendera a curta-las assim, quem sabe na Bósnia, onde tivera, após seis anos de serviço militar. Queria ingressar na PSP ou GNR mas não conseguiu, segundo ele porque naquele ano abriram as portas aos civis e entraram muitos e o pessoal da “guerra” ficara para trás, não por falta de estudos porque apesar de ter o 6º ano mal terminado, só acabou o 2ºciclo porque “disse às prof´s que não ia estudar mais!” , ia agora fazer um curso aproveitando as novas oportunidades. Mas gostava do trabalho de rebocador, em tempos tinha sido segurança numa discoteca da noite, mas para quem tem namorada não era uma boa profissão e “uma pessoa tem de trabalhar para casar e ter uma casinha, não é?” ...lá parámos na oficina. Por vezes dou-me a pensar como gostava de ter bichanado, assim baixinho ao ouvido - deixe o reboque para um outro dia, tantas coisas por elevar, depois de aprender a usar.
4 comentários:
No meu comentário (que surpreendentemente o encontro por aqui à laia de mimo) sugeri «senta-te e põe um ar de falsidade boa». Mas tu abusaste logo. Pelo que leio na hora coca (que só foi light por falta de ambição da tua parte) interpretaste isto como «encosta-te ao muro e põe um ar de falsidade de boazona». Abusada! Gosto!
Beijo
Minha surpreendente surpresa boa Rui,
tu és uma inspiração e já não é a primeira vez que o digo!
Abusada? Definitivamente Eu!
BJOSSSSSSSSSSSSSS
Um dia vamos simular una avaria mais ou menos no mesmo sítio...Com que carro, não importa, temos a mesma Seguradora...Ou melhor, antes com o meu, q o teu já nem dá para acreditar... E o tema da conversa já sabes bem qual é. "Muscles", ah pois é!
Sim com o meu mais nãããããããoooo!
Beijo meu LOve Gaugamela
Enviar um comentário