domingo, 21 de outubro de 2012


nada é eterno,
a saudade é tão nossa,
por um segundo,
por um momento,
sentimos a falta,
de um abraço,
da pessoa,
se a pessoa for eu,
eu estou,
deixaste de vir,
deixo de ficar

domingo, 7 de outubro de 2012

vai




O cheiro a canja de galinha chega vindo da cozinha. A minha cabeça está a estalar. E sinto o medo terrível a doença que se vai apoderar.
Odeio-te.
Apetece-me dizer asneiras, sair de casa sem destino, falar com um qualquer desconhecido ou abraçar um cão vadio.
Quero gritar em modo silencioso, voltar atrás e arrumar os livros que deixei desarrumados na biblioteca que desconheço.
Quero chorar seco, falar com quem já morreu, exaltar a saudade dos que já se foram e se cremam no pensamento .
Quero deixar de amar, de dizer que amo e riscar todas as vezes que assaltei a palavra.
Quero suar das mãos e irritar-me com qualquer alguém.
Quero beber café como quem bebe chá de camomila para se exaltar.
Quero bater-te e não dizer porque te espanco assim.
E o cheiro a canja faz-me vomitar,
Odeio-te, porque sinto o acreditar que o querer acredito que não passa de uma só noite de luar.
Odeio-te, aperto do meu peito.
Odeio-te.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Que posso eu


Que posso eu escrever-te
Numa noite de início de semana?

Ontem dedilhavas os meus gestos
Na composição de andamentos
Da tua ária de suor, beijos e abraços

Do patético adágio
Ao riso fácil do allegro
Ofereces-me a elegância
De um andante,
Que depois roubas para provocar...
... E eu, desperto mas dolente
Peço-te que repitas

E hoje,
Trauteio-te de longe
Sem saber como definir
O tempo da tua memória

Que posso eu escrever-te
Numa noite de início de semana?


24 de Setembro de 2012
André S.