segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Queimando os últimos ventos

Pico 8
Agosto
O último dia do meu tarot.
Facto é que este verão foi de praia ventosa 16:30, estou na praia da Bela Vista a trinta minutos de me ter apresentado na nova escola, preenchi os mil papéis de costume e foi-me pedido os atestados de sempre. Fui espremer a única pessoa que estava ao serviço no gabinete da direcção, mas nada mais soube sobre o que iria eu fazer no ano lectivo que se depara!
O vento amainou 17:30, estou na praia, rodeada de estranhos, tarados, gay´s e rapazinhas. Hoje todos viemos à praia!
Do outro lado do meu pára-vento plantou-se um tarado desassossegado que faz parte dos 80% dos “sub-normais”, parados no alto das dunas os estranhos, os que observam tudo o que mexe, ao fundo vários grupos de meninas todas elas acompanhadas de suas bolas de futebol e a circular agitados a massa maior de frequentadores da praia, os que desfilam as tangas e encolhem as barrigas. Hoje todos viemos à praia!
Hoje é o último dia de tarot! Não me parece que em Dezembro vá viajar feliz da vida mais o tal mais que tudo conforme previsão trimestral da minha cartomante de serviço. 17:45, o sol está baixo, o meu amigo aprecia-se no reflexo dos meus óculos de sol e afirma vaidoso: - Olha para mim cheio de abdominais, estou seco! Eu sugiro-lhe: - Diz lá, amo-me! Puff, eu aqui a agarrar tudo e colar neste post, isto é de quem não tem assunto ou nada que fazer. Mas não, isto é de quem está a viver o último dia de tarot à espera das forças do destino.
O tarado tossiu, bazou porque o grupo de mamalhudas saiu de cena. Leio o post ao amigo que me acompanha nesta que é provavelmente a última jornada de vento, areia e sal, 18:00 damos de sola porque o sol não aquece mais os nossos corpos.
19H e picos vagueamos caminhos dentro da cidade, procuramos os melhores percursos para Marvila, encontramos e ficamos felizes de como somos tão direccionados, o amigo vai para lá, para Marvila, que nome bonito, soa a Maravilha, que seja mesmo maravilhoso. Este ano ficámos distantes em comparação com o ano anterior, Odivelas também é giro, soa a olho nelas, Maravilha olhar para elas, é o nosso novo lema amigo. Mas acabou o dia e nem olho nelas nem neles, sorriu quando penso na musiqueta maravilhosa que sonhei para este post, e voilá…

Escritos de fim de VerÃO

Pico 7
Agosto
Nunca fiquei tão perto! Confesso.
O telefone tocou cedo, era a amiga malmequer com a boa nova da saída dos concursos, como sempre bem no finzinho dos Agostos para que a malta passe mau bocado, angústias e ansiedades na que é a última semana de férias. Fica-se sempre alterada no impasse de ficar ou não desempregada. Esperava o pior mas minutos depois soube que ficara em Odivelas. Épa, não foi dos concelhos predilectos tais como, Lisboa, Oeiras ou Cascais, mas nada mau para quem pensava ir levar ensaios de mau viver numa qualquer escola da Amadora!
Tomei o pequeno-almoço tranquilamente ao mesmo ritmo que navegava em pesquisas sobre a nova escola. Estranho, queria-a visitar, vislumbrar fotografias do meu mais recente espaço laboral e …nada! E quando finalmente encontrei um site, para todos os passos deparava-me com códigos de acesso. Se quis contentei-me com uma singela fotografia nada nítida, arrisco mesmo em dizer, algo propositadamente desfocado!
Almocei, fiz a digestão enquanto compunha a mala de viagem, mas não aguentei! Apesar das férias e a poucas horas de ir de fim-de-semana, tinha de ser. Observei mais uma vez o percurso na net e fui a Odivelas.
Abalei direitinha à coisa, desci colina e subi colina e dez minutos depois a zona não me pareceu má, novas habitações mas jardins e espaços verdes poucos ou nenhuns, um novíssimo jardim-de-infância com um traçado bem esgalhado, um mini centro comercial de outras épocas e meia dúzia de pequenos cafezinhos. Em frente tinha uma placa que indicava o caminho para a escola, contorno uma curva ligeira à esquerda e logo em seguida uma à direita mais apertada… céus deu-me cá uns calores ao observar tal, tal susto! Pior nunca vira e pensava já não existir no nosso Portugal, toda ela uma gigante barraca, contraplacados, tábuas velhas e telhados de zinco escuro, debruadas a caixilharia podre as janelas mínimas eram enfeitadas a papel autocolante colorido, sobressaindo várias formas geométricas e arco-íris duvidosos, espaços zero entre cada fileira de pavilhões, barraca corrida seguida por mais uma e mais outra e outra, entre barracas o cimento sofredor de grandes rachas dava vida a ervas daninhas… vi um gato, coitado roçava-se no gradeamento da escola, até ele tinha mau aspecto, cheio de peladas e coxo de uma das patas traseiras, que visão, agora sim, percebia a questão da ausência de fotos na net de vários ângulos, é que nem o melhor fotógrafo conseguiria fazer um pequeno milagre. Sim a escola tem um nome bonito e pomposo, coitada da Rainha, vá lá está retratada a azul num painel de azulejos brancos, estarei eu a ser altamente injusta? Pois, quem vê caras não vê corações e juízos de valor todos fazemos, não é verdade? Mas como boa Tuga que sou, julgo logo tudo a pior.
Para ti nova escola, dedico-te esta música, esta que para mim numa certa passagem de vida ensinou-me tantas coisas.
De poeta e louco, todos temos um pouco!



domingo, 23 de agosto de 2009

Casa de alma

Esta foi para mim,
Sim, és tu!
é bonita!...



Esta é Para ti;
Sim, sou eu!

Escritos de Rio

Pico 6
Agosto

…rio fora navego o Zêzere, penso se será prazer rendido à beleza natural ou a idade em que se gosta destas “coisas”!
Ao sabor do vento chega o cheiro das verdes margens carregadas de vida, a eucalipto, a flores silvestres… parar a embarcação e mergulhar na prata água tépida, continuar navegante e encarar cristalinas cascatas encantadas, abrir os braços por debaixo delas, içar a goela e bebe-las frescas até mais não.
Passar os dias no rio e acabar na festarola da aldeia, a encher a pança de frango assado no churrasco, beber belas minis acompanhadas de gigantes tremoços e azeitonas! Que mais se quer? Tudo isto por tão pouco e nós tanto desprezamos esta vidinha de campo! Um bem age para Aldeia do Mato; Vila de Rei; Fundada e e.t.c. e tal.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Escritos no calor

Pico 5
Agosto
A-gosto…
Como escrever a beleza, deste que é, o nosso país? Sinto-me burra! Fico burra!
Conduzimos o ano a sonhar com as férias, com destinos magníficos, a ignorância cega o paraíso que é aqui! Monumentos de beleza natural, cheiros, gentes e cultura! Tradições gastronómicas, animação comunitária, patrimónios sem fim.
Uma mini maratona! A começar fiquei instalada na casa Aido Santo, Turismo Rural (até à data, não sabia como era fantástico) na zona de Oliveira de Frades, depois sim, a correr fui ao Festival Altitudes, assistir à 12ª Edição do Teatro Regional da Serra de Montemuro, concelho de Castro Daire, onde ri sem pausa com o grande artista Khalid K, percussionista, cantor, músico, contador de histórias. Com ele fiz uma viagem à volta do mundo, para um universo sonoro e visual singular, sem palavras mas de uma forma única. Adorei a Serra, surpreendeu-me o espectáculo!
No dia seguinte foi um vê se te avias que o tempo urge! Uma passagem por Lamego; Régua; Pinhão; São João da Pesqueira; Vila Nova de Foz Côa; Pocinho; Moncorvo e paragem para almoçar em Carniçais, onde comi a melhor carne da minha vida (eu que a evito), não resisti a come-la! A melhor posta de Mirandela, a faca caia sobre o naco bem alto cortando-o como a manteiga, saí do Restaurante “O Artur” com mais uns dois kg no lombo. Seguimos viagem para Freixo de Espada a Sintra e descemos à soberba praia fluvial da Congida, onde apanhamos o barco e fizemos uma viagem de três horas pelo rio Douro, que grandiosa visão de natureza. Novamente em terra, passagem por Barca D´Alva; Escalhão; Figueira de Castelo Rodrigo e Almeida, onde fiquei atónita com as duplas muralhas em estrela, sem palavras, ali tenho de voltar! Seguimos viagem em direcção a Vouzela jantando na Quinta das Delícias numa terrinha de nome Santiaguinho. O jantar? Bolas, francamente Delicioso!
“ Não se nega cumprimento a ninguém! Mas na minha mesa só se senta quem eu quero!”
Ditado Popular
Obrigado amigo Rã, por estas admiráveis maravilhas, jamais esquecerei tamanha beleza e excelente companhia!

Para ti que sei que és fã;

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Escritos de verão

João de Azevedo
Pico 4
Agosto
SW
A Trapa e a Farrapa foram ao último dia do festival do SW! Quem quis viu-as comprar raspadinhas e ganhar quatro euros e meio; viu-as malucas no looping; viu-as berrar "CP" para ganhar um intraRail, viu-as lançarem-se em voo a mantas verdes da CP e ficar sem pele nas mãos das arranhadelas das mulheres loucas por uma mantinha quentinha; viu-as fazer slide; a andar à porrada com duas gigantes guitarras para ganhar duas t-shirts XXL da Worten, correr feitas malucas com um elástico à cintura e ver quem chegava mais longe para ganhar almofadinhas de praia; correr numa gigante roda feitas ratinhas no enlace de uma mochila da Antena 3 que continha um mini-rádio, um porta-moedinhas e uma minúscula t-shirt; no ecoponto ganharam um magnifico relógio de pulso; tiraram fotos na poltrona selvagem da AXE muito bem acompanhadas por duas tigresas, apanharam tudo o que eram pins da Knorre e dos jogos da Santa Casa; tiraram fotos com o urso da Bem&Jerry`s e a por fim a tamanho divertimento a trapa e a farrapa lá foram em carrinho de mão, acabaram no inferno por uma resposta mal dada ao sapo da ADSL!
Tanto foi o movimento e agitação que quase lhes passava a banda de cartaz, Lily Allen que aqui deixo para vocês… Adeus SW e até para o próximo Agosto, ADOREI!

Escritinhos de verão


Pico 3
Agosto
Alérgicas
- Mamã, tenho que te contar um filme que vi com a prima Inês.
- Agora amor? Temos de ir andando, depois contas!
- Mas mãe, posso contar pelo caminho. Era um filme mesmo giro, era cómico, então era assim, havia um casal que era gay e outras que eram alérgicas.
- Alérgicas???
- Sim alérgicas, e(…)
- Amor, não são alérgicas princesas, são Lésbicas!
- Buuuuuuffff…. (a bufar), tá mãe lésbicas! E as lésbicas…
…menos para aclarar! Grande prima Inês!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Escritos de Verão

Pico 2
Agosto
Noite mexida!
O sol tinha poucas horas de nascido e em bando escolhíamos as melhores armas! Íamos para os novos caniçais de canivete na mão, afiávamos as melhores canas verdes, o verão tórrido daquele Agosto já queimava muitos dos campos daquela zona galega.
- Rapariga, tu larga-me essas canas verdes que te fazem alergia, ficas com o corpo cheio de babas!
- Tá bem mamã, está bem!
As babas não deixavam desistir ninguém da magia de afiar canas e de as ter em punho para correr pelos campos atrás das lebres, entrar nas grutas carregadas de teias de aranhas e sentir o cabelo esvoaçar à passagem de mais de dúzia de pequenos morcegos, subir às figueiras e espetar os melhores figos da ramada mais acima - os treze anos eram tão fascinantes, tão libertos de tudo - e as canas tinham a validade de um dia, no outro o ritual iniciava-se como fosse a primeira cana afiada da vida.
Numa matinal demanda à cana perfeita, uma forte dor de barriga assombrara aquela busca, algo de estranho sentira no corpo, correra para casa lançada à casa de banho…
- Mamã!!!! (Aterrorizada)
- Ai minha filha já és uma senhora!!!
Já era uma senhora? A cana meio afiada encostada à pequena janela da casa de banho caíra no chão no exacto conhecimento de se ser mulherzinha. Não percebeu tal como eu, o porquê que a deixara a meio, e afinal qual a razão para um dia se ser senhora no meio de se ser infante!
Durante uma semana deixara de ir às canas, de correr atrás das lebres e muito menos de subir às árvores ou andar à chinchada. A “almofada” alojada nas cuecas era inibidora de qualquer aventura. Acabara ali as façanhas de Maria rapazola. Novas afiadelas surgiram, em moldes totalmente diferentes.
Daí se passara vinte e quatro Agostos. No Agosto passado sublinhava às amigas, com orgulho, a aventura que fora acampar sozinha, já pouco existia para fazer desacompanhada, já que até era adepta de exposições, cinema e teatro em formato singular.
Em Agosto estou, e numa noite de lua cheia acordei lavada em suor estimulada por tamanho sonho erótico – não, não sonhara com canas verdes – desde o tempo em que passei a ser mulherzinha, quando aparecera os primeiros desejos sexuais em formato sonho, embaracei-os, enganei-os e não lhes dei grandes asas para voar. Camuflava o sentido do desejo num toque rápido e num xixi imediato para acalmar os ânimos acessos e dormir apressadamente. Porquê não sei, tal como não sei porque deixei de correr atrás dos coelhos selvagens, de roubar fruta e fugir, de entrar nas minas de água cristalina e deixa-las barrentas impróprias para beber durante dias, de saltar em vôo para cima das barbas de milho que secavam em caminhas nas eiras soalheiras, de me encher de pulgas e carraças ao rebolar pelos verdes chãos impressionistas, tracinhos coloridos das várias cores das florinhas do campo. Estou eu pela primeira noite mexida, voada, levada pelo sexo secreto do só, montei a cama sozinha, tudo só para mim, sem conversões a frustrações, atingi um gozo fenomenal, feri excelência, subi a apreciação de mim, surpreendi talento meu, agora sim,
Mulher.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Escritos de verão ventoso, num caderninho pautado

Picos de verão 1
Julho
Tradição é tradição!
Tradição é acampar na Galé;
Tradição é acordar às oito da manhã com um calor na tenda de morrer e deitar às vinte e duas, com uma pedrada maior de que com a de um charro fumado, daqueles que me levam ao chão KO no combate à minha pior insónia;
Tradição é renegar o tractor-transporte que desce de manhã a falécia para a praia e sobe-a ao final da tarde. Mas sim faze-la a pé, carregada igual a mula, com chapéu-de-sol, sacos, brinquedos e lancheira duas vezes ao dia;
Tradição é infiltrar a minha Matuldas na piscina à conta do Sr. Zé Banheiro e ficar sentada de esplanada a ler os livros não lidos no inverno;
Tradição é ao serão assistir com alegria bimba aos karalhokes; filmes dos anos 80/90; músiketas ao vivo e afins;
Tradição… ai tradições, decomponho, aqui sentada nesta noite ventosa, o programinha maravilhoso de hoje, Karaoke, todo o português tem alma de cantor, poeta saudosista, verídico actor, enfim português! Todos cantam, todos nós tudo!
Quem canta seus males espanta ou nos espantam e falo-vos assim das 7. Não das sete maravilhas, mas que são um espanto até são, mas a estas 7 criaturas podia-se ainda juntar um cão daqueles rafeiros carracentos que ao pé das belezas viraria cachorro com pedigree… mas não, cão não há, mas sim telemóveis nas mãos das gaiatas com não mais de 16 ou 17 anos… e elas ao som da Ivete, gritam “poeira” num cúmulo entre microfones em punho, berros e telemóveis, uma das rapariguitas bonitas enquanto esgazeia capoeira ao invés de poeira, calca mensagens sem olhar para o visor. Fico espantada, não com a prestação garganteada mas sim na destreza juvenil dos comandos, do controle de tantas acções em simultâneo, penso, como será agora a vida sexual desta gente… Mandam mms e sms à mãe a cravar dinheiro, marcam depilação, cabeleireiro, manicura e massagens, dão os parabéns de aniversário ao avô, marcam filmes de comédia, etc e tal enquanto se assexuam? Céus!