sábado, 30 de maio de 2009

LOGO À NOITE SAÍMOS?

A noite estava tão quente que rebolei na cama vezes sem conta.
Deitei tarde, melhor, mais tarde que costume, sai um pouco com as amigas da vida inteira, estava uma verdadeira noite de verão e há muito que não via gente bonita, as tais novas tribos urbanas, as metropolitanas, scuppies, downshifters e as etc e tal, cheguei à cama e resolvi dormir nua com o corpo a desenhar um X no lençol de baixo, pensei como era bom dormir sozinha nestas noites quentes, ri-me sobre o reencontro óbvio e feliz com os lençóis frescos da cama que me conhece, ri-me ainda mais quando pensava no “raio de sol” da Su, no “pendente” da R, no “engodo” da C , que afirmava já ter percebido que no geral as pessoas não gostavam dela e continuei a sorrir no pensamento da amiga Fi, que continua igual como sempre, com aquela calma aparente de mulher forte, consigo ostenta sempre em punho a máquina que rouba ferozmente grandes momentos e os eterniza. Ri-me ao pensar na nossa janta que cheirava a peidos, qualquer bom frango assado vindo da churrasqueira na bela caixinha de plástico, quando se abre cheira ao verdadeiro peido, é verdade, que se pode fazer? Tal como os ovos cozidos quentes, também se abençoam do mesmo, mas estava eu na frangalhada, pois, a janta na casa da C em pleno Bairro Alto é sempre intimista, a casa tem aquele ar maravilhoso onde se respira boa aura, logo, até os frangos piedosos são verdadeiros gourmet glamour! A acompanhar o repasto uma solene limonada, bem azeda, como deve de ser, e uma mega salada cheia de sementes de periquito e de aroma adocicado de um tal vinagre balsâmico. Amei! Acabamos a bicar em chocolates do natal passado e a fazer tchim tchhins com uns copinhos de ginjinha. E fomos para a rua, para a LX factory.
Cai no sono, com a ajuda dos pensamentos libertos de preocupação, saboreando as coisas simples da vida, as amizades eternas, as mulheres que tanto gosto e que já me conhecem desde sempre. Não sei se dormitei ou dormi mesmo, acordei sobressaltada pelo susto de um pesadelo, porque raio nunca nos abençoam com a liberdade e a paz mágica dos sonhos? Tive medo, enrolei-me ao edredon que estava amarfanhado aos pés da cama, envolvi-me nele com o mesmo jeito da erva para a mortalha, cai novamente no sono, acordei encharcada, já nem dava para alguém me fumar… agarrei o telefone vi as horas, mandei uma msg e acalmei, ouvi musica vinda da janela, talvez do rádio de um carro qualquer lá em baixo ou um espertinal vizinho, daqueles que ao fim-de-semana se levanta cheio de pica para andar de bicla ou para uma corridinha fresca pela praia.
Céus meio-dia, tinha pensado ir à praia mesmo com alguns pêlos que já me lixam a paciência, ficou em mente enfiar-me entre rochedos tipo caranguejo para assim ninguém me ver em pormenor… mas acordei impaciente, rabugenta, chata, inconstante e com o mesmo temor de quem perdera algo, mas ainda não se apercebera o quê. Bom... banho com ela, carrapito no alto da mioleira, ligar a net, e ver com quem dizer umas merdisses no mundo virtual, eis que aparece o Manuel, e sempre me alivio no teclado, conversas entre quem nunca se vira no olhar, no fundo maravilha porque assim nunca existe paradigmas.
E agora estou aqui à espera que o calor passe para me ir sentar no final da tarde numa esplanada e continuar o livro que ando a escrevinhar à mais de um ano…
Logo à noite saímos?

2 comentários:

RUI FERNANDES disse...

Que noite bem passada deve ter sido!!! Já tenho saudade de noites assim... Ainda bem que o Verão está aí, a chamar por NÓS!!! E acabaste numa esplanada... Mas nada de livrinho (nosso), penso eu... Pois eu tb não, mas quero responder-lhe ao chamamento, agora que tudo anda mais tranquilito. Beijo meu doce

"Picos" disse...

Gaugamela my love,
claro que acabei numa esplanada! Quanto ao nosso livrinho, este vai ficar (quase) concluído este verão, verdade?!