quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Único

Foto “Carta de amor” de Ricardo Cruz - Olhares

Pensei tanto, mas tanto nele
Toca o telefone, é ele!
Hoje queria escrever a ele, agora a ele escrevo. Escrevo porque o telefone tocou, as duas vozes ecoaram falando o mesmo dialecto, a mesma cumplicidade a mesma harmonia, igual a como foi, a como fora, igual a como sempre será
Agora sei o que escrever!
Pensei, porque hoje queria escrever para ele, agora sei que escrevo. Escrevo o que tu tanto pediste para escrever, escrevo porque o telefone toca e quase sempre és tu que o fazes tocar e nunca eu
Já vi que até contigo sou só mais uma carta fora do Baralho!
Agora escrevo!
Jamais fora do baralho serás, jamais, jamais, jamais. Serás sim, um recluso em pena perpétua da minha vida
Escrevo!
Escrevo… digo, tento, mas nunca conseguirei expor como fostes, és e serás um fragmento desmedidamente precioso, se soubesses, se tu soubesses… Nunca chegará um telefonema para te o dizer, nunca chegaram as palavras para te o redigir, nunca chegara um garatujo para te o simbolizar, o quão principal és.
Único é o aproximado do existente.
Único és!
Para Tiago Gil.

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