Não pode passar o dia sem falar-vos deste sentimento… a tristeza de ver alguém chorar, de me fazer chorar!
O dia parece uma vida inteira! Os dias são pequenas amostras da vida completa – entenda-se vida completa desde o acordar/nascer, ao adormecer/morrer – porque a cada dia vivemos centenas de sentimentos, registamos milhares de conhecimentos.
Escrevo porque vi uma criatura chorar por não conseguir! Não conseguir encontrar uma solução, sim uma decifração que resolva um problema de uma criança, de um aluno que não quer adquirir conhecimentos e saberes, de um estudante que não quer estudar, de um pupilo que não sabe se comportar e muito menos estar! A criatura é uma mulher; é uma mãe; é uma professora!
Chorei eu, eu que sou igualmente uma criatura, tal e qual como a de quem vos falo, chorei sim! Chorei por trás de um meu sorriso querendo que fosse reconfortante para quem estava fisicamente a chorar… não sabendo, pensei que não se chorava por tal coisa.
Por mim aprendi a ver as coisas assim, não por frieza ou indiferença, mas sim por sentir que temos de nos distanciar *, tal como o médico que apesar de todos os seus esforços, tem de informar o familiar do paciente que perdeu quem amava, tal como ele perde um doente, sinto cada vez mais, que o professor sem ter como fazer, perde um aluno e informa a quem de direito a perca do discípulo? Como? Um ALUNO que não quer ser ALUNO? Um APRENDIZ que não quer APRENDER! Um descendente de quem não quer saber!
* Acredito que não somos nós professores, que apesar de todos os esforços, não conseguimos acautelar, pois um aluno destes, inserido num universo de uma turma de 30 alunos é impossível, é… para vos ajudar a perceber melhor - continuo no mesmo registo - é idêntico a uma tenda-hospital com trinta feridos de guerra a pedir ajuda a um único médico de serviço, um ou dois estão à partida condenados à morte, os outros talvez hipóteses de se salvar…
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