À avó Celeste e a todas as AVÓS(ôs) e BISAVÓS(ôs) do meu país!
Só a descrição dos próprios desconceituados nos poderão relatar.
Os afamados, esses, não saberão o que isso é, apesar de suas idades avançadas, nunca esses, nunca esses… Nunca o Sr. Prémio Nobel da literatura portuguesa poderá escrever, nos seus contos contagiantes, nem nunca o Sr. da sétima arte portuguesa poderá realizar, retratando nas suas caladas longas-metragens, nenhum poderá dar justiça aos desconhecidos de idade igual, aqueles que são abandonados às portas dos hospitais, aos que são largados como cães e gatos em vésperas de férias nas casas de repouso nos lares e afins.
Só poderão narrar, os que sentem na pele o que é o desuso de se ser velho sem reputação, sem glória, sem fama, só eles, só mesmo eles, que no presente se sentem lixo, um lixo pesado, usado, gasto, acabado, desacreditado, desaprovado, aqueles que agora se sentem seres de um outro planeta que não o seu, que o habitaram como seu, o conheceram como seu, os que amaram e hoje são mal amados, os que já não se movimentam porque a vida foi dura, os que enlouqueceram porque a vida foi cruel os que vegetam porque a vida foi desumana e os que acabam na solidão porque o mundo é ingrato!
A eles, aos desconhecidos idosos dedico estas minhas palavras de indignação pelo que vou vendo, pelo que vou ouvindo.
Vislumbro uma imagem que me reflecte e me leva ao futuro, a um futuro próximo ao tal futuro a que todos ouvimos “todos caminhamos para velhos”, mas que ninguém, tal como eu, ouve, porque não queremos saber, porque não é de nossa conta, porque isso não é o presente em nós! Porque nós somos muita grandes, energéticos, vivazes, acreditados, votados e amados! Porque nós somos filhos, somos pais, mas não somos avós e muito menos bisavós! Nós somos muita grandes e não queremos saber! Não queremos saber que esse é o nosso verdadeiro, o nosso certo, o nosso autêntico juízo final, o tal… “tem juizinho, fazes maldades depois vais ao juízo final”, mas que ninguém, tal como eu, ouvimos a bom ouvir…
Atento um som que ecoa e me chama ao futuro, a um futuro próximo ao tal futuro que todos avistamos, todos escutamos, mas não planeamos saber…
Os afamados, esses, não saberão o que isso é, apesar de suas idades avançadas, nunca esses, nunca esses… Nunca o Sr. Prémio Nobel da literatura portuguesa poderá escrever, nos seus contos contagiantes, nem nunca o Sr. da sétima arte portuguesa poderá realizar, retratando nas suas caladas longas-metragens, nenhum poderá dar justiça aos desconhecidos de idade igual, aqueles que são abandonados às portas dos hospitais, aos que são largados como cães e gatos em vésperas de férias nas casas de repouso nos lares e afins.
Só poderão narrar, os que sentem na pele o que é o desuso de se ser velho sem reputação, sem glória, sem fama, só eles, só mesmo eles, que no presente se sentem lixo, um lixo pesado, usado, gasto, acabado, desacreditado, desaprovado, aqueles que agora se sentem seres de um outro planeta que não o seu, que o habitaram como seu, o conheceram como seu, os que amaram e hoje são mal amados, os que já não se movimentam porque a vida foi dura, os que enlouqueceram porque a vida foi cruel os que vegetam porque a vida foi desumana e os que acabam na solidão porque o mundo é ingrato!
A eles, aos desconhecidos idosos dedico estas minhas palavras de indignação pelo que vou vendo, pelo que vou ouvindo.
Vislumbro uma imagem que me reflecte e me leva ao futuro, a um futuro próximo ao tal futuro a que todos ouvimos “todos caminhamos para velhos”, mas que ninguém, tal como eu, ouve, porque não queremos saber, porque não é de nossa conta, porque isso não é o presente em nós! Porque nós somos muita grandes, energéticos, vivazes, acreditados, votados e amados! Porque nós somos filhos, somos pais, mas não somos avós e muito menos bisavós! Nós somos muita grandes e não queremos saber! Não queremos saber que esse é o nosso verdadeiro, o nosso certo, o nosso autêntico juízo final, o tal… “tem juizinho, fazes maldades depois vais ao juízo final”, mas que ninguém, tal como eu, ouvimos a bom ouvir…
Atento um som que ecoa e me chama ao futuro, a um futuro próximo ao tal futuro que todos avistamos, todos escutamos, mas não planeamos saber…
Foto As costa - David F M Neri
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