segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A ave falou

Quando os animais falavam, nesse tempo, viajavam grandes caravelas pelos oceanos ao encontro de tesouros perdidos.

Longos dias passaram em alto mar, o barco fez sua primeira paragem numa ilha verdejante. Dentro dele saíram mil homens e um gigante que comandava a tripulação que então gritou:

- Homens à ilha, encontrem-me tesouros!

E os mil homens correram pela praia, desapareceram pela verde ilha. O gigante sentado na areia ficou, esperou pelos seus aventureiros, imaginando fortunas à sua chegada. As horas passaram e nenhum voltou, o gigante levantou-se e na ilha também entrou.

Ao fim de passos o gigantes encontrou um pássaro de mil cores, que falou:

- Desconhecido Gigante, a bruxa os teus homens levou.

E na mão do gigante o pássaro pousou e das suas asas uma chave mágica deixou. O pássaro dali voou.

O gigante à procura dos seus homens numa gruta entrou e lá dentro a voz da bruxa suou:

- Entra gigante, vem ver com os teus olhos o que aos teus homens encantou.

O gigante olhou e como os seus homens ficou. Encantado com a beleza daquele lugar, ali era o tesouro, ali era a harmonia entre homens e animais, todos falavam, todos eram iguais.

domingo, 22 de janeiro de 2012

TABÙ


O cd toca, roda sem parar, chega ao fim e recomeça, como uma peça de teatro que está em cena temporadas sem julgamento a um fim anunciado. O cd rola, toca e está mal gravado, o tabu de 3:33 pára nos 1:55 da letra da música que nos preveniu da razão, a qual julgámos ser a nossa, a nossa música que tocaria à entrada em palco. A deixa que ficou sem efeito.
Passámos a intocáveis, algo estranho, que de tanto pensar se entranha, sim, como saber sobre este desconheço? Quem és tu que desconheço, aquele que se disse apaixonado por textos escritos a música, que desejou imensidão num só olhar de reconheço, depois alcançou o desejo num abraço penetrado e logo a seguir o beijo com anseio ao enlace de um rolar, o dizer do apetecer fazer... fazer amor. E o cd toca, roda sem parar, chega ao fim e recomeça, como uma peça da vida que está em cena por temporada sem julgamento a um fim anunciado.
Quem serás tu, Sr. Desconheço? Quem serei eu, Sra. Desconhecida?
Somos umas letras de músicas rabiscadas, num tabu participado, somos 12horas desejadas e mais 6horas roubadas, somos um incógnito incontrolado, um esconderijo guardado, somos um intenso desejo segredado, um segredo anunciado, somos uns pequenos corvos pintados, numa manhã aclarada, somos um sardão nas tuas costas assinado, uma tatuagem na minha pele intencionada, somos o que somos, o que nunca saberemos dos desconhecidos seres afigurados, somos passeio à procura do calor que aqueça a pele de quem nunca desnudou, somos sentido de um sorriso e de uma gargalhada, uma foto iluminada, um jardim com chão penteado, um lago com poucos patos, somos estalactite e estalagmite, uma vista de mar com horizonte na cidade. Somos o sono apoderado, o sono alcançado para um sonho não realizado.